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Título: CAVALEIROS DO ZODÍACO - EPISÓDIO G

Autores: Masami Kurumada (roteiro) e Megumu Okada (desenhos).
Data de lançamento: Julho de 2004


Sinopse: Aiolia, o Cavaleiro de Leão, é irmão de Aioros, o cavaleiro que supostamente traiu o Santuário e tentou matar Atena.

Hostilizado pelos companheiros e inconformado com a atitude do irmão, ele leva uma vida desiludida, na qual a tradição dos Cavaleiros pouco importa. Mas uma série de eventos, somada à chegada de uma misteriosa força maligna, pode levá-lo a uma mudança de comportamento.

Positivo/Negativo: No final da década de 1980, Masami Kurumada criou Cavaleiros do Zodíaco, um mangá que, devidamente transformado em animê alguns anos depois, tornou-se sucesso no mundo inteiro e consagrou seu autor como um dos maiores mangakás de todos os tempos.

Mais que isso, o êxito da obra de Kurumada também eclodiu a "casca" que separava o mercado mundial da arte japonesa, tornando o estilo oriental de se fazer quadrinhos conhecido e apreciado em todo o planeta. De quebra, os personagens de Cavaleiros foram elevados à condição de ícones e permanecem inesquecíveis na memória dos fãs até hoje, mais de uma década após o encerramento da série animada.

Com o ressurgimento da marca nos últimos anos, era de se esperar que Kurumada retomasse a obra. Afinal, a febre estava muito forte, com o animê retornando à TV e os mangás sendo publicados em países onde, até então, eram inéditos. Se havia um momento ideal para uma volta, era esse. E o autor não decepcionou os fãs, lançando, em 2003, o Episódio G, uma espécie de prequel das aventuras de Seiya & cia., que se passa antes dos eventos da publicação original.

Kurumada, fugindo de possíveis armadilhas do mercado, preferiu fazer de sua obra algo que fosse além de um provável caça-níqueis. Para isso, lançou o mangá pela Champion Red, revista japonesa menos comercial que a Shonen Jump (onde saiu a série original), mas que possibilitava mais liberdade artística. Dessa vez, o autor concentrou-se apenas na produção dos roteiros, deixando as ilustrações a cargo de Megumu Okada, desenhista da série Shadow Skill.

O resultado não poderia ser melhor. Episódio G é, em primeiro lugar, um ótimo mangá, que preserva toda a essência da obra original sem fazer uso de nenhum de seus protagonistas. Além disso, Kurumada mostra que, mesmo após uma década longe do universo de Cavaleiros, seu talento como roteirista não envelheceu, o que resulta em histórias belas, sensíveis e inteligentes, porém não menos aventurescas.

E os roteiros, a exemplo da série clássica, fogem do maniqueísmo fácil que impera no trabalho de outros autores orientais - aqui, os personagens, sejam eles vilões, heróis ou coadjuvantes, apresentam personalidades complexas e atitudes dúbias.

De quebra, Episódio G é também um presente ideal para fãs, por conter diversas referências à série clássica, e para não-iniciados, já que serve como uma perfeita introdução para quem não conhece o universo de Cavaleiros.

A história começa com uma releitura da famosa passagem no quarto de Atena. Nela, o Mestre Ares tenta assassinar a jovem Saori e tem seu plano frustrado pelo Cavaleiro de Sagitário. A partir daí, a trama dá um pulo de seis anos e passa a focar o jovem Aiolia.

E é aí que o roteiro de Kurumada mostra sua força: a angústia do Cavaleiro de Leão por ser irmão do traidor do Santuário, sua raiva e inconformidade em relação a Aioros e a hostilidade com seus companheiros são mostradas num perfeito equilíbrio entre drama e ação. Não há interlúdios bruscos, situações forçadas ou personagens inúteis. Tudo na trama de Kurumada se encaixa de forma a compor um todo coeso, enxuto e limpo.

Numa comparação de Episódio G com o mangá original, é fácil observar que Kurumada, tecnicamente, evoluiu muito como roteirista. Diminuíram os exageros e as pontas soltas, e cresceu o grau de dinamismo, embora a trama se passe mais devagar.

E essas mudanças, ao mesmo que tempo em que representam avanços isolados, contribuem para a formação de um texto mais maduro e sofisticado.

A arte também apresentou mudança. Mas a grande diferença de estilo entre as duas séries não significa uma involução ou uma evolução nos desenhos. Kurumada usava traços mais simples e priorizava a arte seqüencial, ao passo que Okada trabalha melhor os detalhes e as expressões faciais dos personagens.

Ou seja, a arte de Okada, embora tenha causado um estranhamento inicial, devido aos personagens demasiadamente magros e de fisionomias andróginas, representou um acréscimo ao universo de Cavaleiros sem ferir o trabalho de Kurumada na série clássica. Não à toa, os desenhos tiveram boa aceitação entre os fãs e já existe quem prefira os traços da série atual aos do mangá original.

Se existe um grande porém em Episódio G, talvez seja a ausência de elementos do romantismo europeu, característica marcante da antiga série. Foi dessa escola literária que Kurumada tirou vários dos elementos que compuseram sua obra.

Havia a idealização da mulher, Saori/Atena, que, embora fosse o "par romântico" de Seiya, jamais trocou um beijo com ele e também o fugere urbem, expressão em latim que simboliza a fuga do ambiente urbano, caótico e perturbador, para um lugar mais adequado para a vivência, representado pelo locus amoenus, o local perfeito (no caso, o Santuário).

Isso era facilmente perceptível nas aventuras de Seiya & cia., já que, embora elas se passassem nos dias atuais, muito raramente os Cavaleiros interagiam com o mundo que conhecemos. As sagas aconteciam em lugares idealizados, como o Santuário, o Inferno (Hades) e o Reino Submarino (Poseidon), longe da civilização e dos seres humanos "normais".

Com Episódio G, isso acabou. O primeiro capítulo traz justamente Aiolia sendo convocado pela inteligência americana para evitar um caso de terrorismo. E durante uma passagem no Santuário, o Mestre afirma que "o governo norte-americano fará a limpeza dos restos da usina nuclear", sugerindo que existe um contato entre o Santuário e os líderes mundiais.

Embora seja realmente interessante mostrar as conseqüências de homens como os Cavaleiros existirem, isso acaba com o fugere urbem/locus amoenus, pois, a partir do momento em que o mundo urbano e o lugar idealizado passam a interagir, eles se tornam um só.

Não se trata de um retrocesso, apenas uma mudança criativa que, na pior das hipóteses, causa um certo incômodo nos admiradores daquele estilo literário. Muitos dos fãs, inclusive, aprovaram a decisão de Kurumada em mostrar a interação dos Cavaleiros com o "mundo real", já que finalmente é possível ver as conseqüências que batalhas épicas e golpes à velocidade da luz podem ter em meio a seres humanos comuns.

É preciso destacar ainda o cuidado da Conrad com a produção da publicação. A revista tem capa reforçada de papel-cartão, com abas semelhantes àquelas existentes em livros, e as primeiras 16 páginas, coloridas, foram impressas em papel especial. Mas como qualidade custa caro, o preço final de R$ 12,90 ficou salgado, tornando a revista inacessível a boa parte do público.

Episódio G é uma das mais bem trabalhadas sagas de Cavaleiros do Zodíaco e se coloca, desde já, como um dos melhores mangás em publicação no Brasil.

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